Antes, ao banco do ponto de ônibus, aguardando que algo o arrebatasse dalí, ele logo percebera que a vulgaridade nunca é obstante a mais deflagrada das qualidades insanas. Viu que aquela uma, bela, mas nova - pelo menos parecia, lhe chamara a atenção. Os punhos cerrados sob o queixo e os cotovelos escamados sobre a maleta, escorriam o ácido úrico de suas palmas. A bela jovem, que de boba nada parecia ter aparentemente, percebeu a tensão alheia. Insinuante então, foi-se à barraca mascate do tiozinho e jogando o chicletes já sem doce fora, pediu outro dos mais vagabundos. De hortelã, que é pra manter o hálito de cigarro suavizado. Olhou prum lado, pro outro e viu que estava sendo observada, ao mesmo tempo em que punhos e cotovelos saiam de suas respectivas zonas de conforto contrariando a inércia inicial e entrando em incontrolável dança. Deu o troco, desceu a mão esquerda juntando indicador e polegar em direção às nádegas. Por sobre a mini-saia fez um delicado e insinuante movimento como se a ajeitar a calcinha e olhou novamente pro mascate. Do alto de seu tamanco de sola de cortiça, sentiu-se portar as mais altas das patentes do desejo, o que ficou provado com o suor que agora deixara de correr apenas de mãos, passando também a fluir de fronte e costeletas áté o limite de um nó de gravata
Assinar:
Postagens (Atom)