O apê dela ficava no último andar e era bem grande. Eu me senti na casa de um gigante porque as janelas eram quase do tamanho da parede e as portas iam até o teto. Mas a decoração era bem sinistra.
Na sala, tinha umas esculturas de bronze e umas estátuas de mármore que pareciam roubadas de um cemitério e os móveis antigos de madeira e as cortinas, que balançavam com o vento, me fizeram sentir num daqueles filmes de terror que assistia quando era pivete. Na parede do corredor tinha um quadro de uma mina super bonita com cara séria.
- Sua mãe? perguntei.
Leonor fez que sim com a cabeça sem olhar pro retrato.
Elogiei o apê, sem falar, claro, daqueles troços macabros que me encanaram, enquanto ela me levava pelo corredor até o quarto. Havia três quartos e ela me deixou no último, em frente ao banheiro; o dela era o primeiro; o outro, o que tinha sido da velha.
- Se quiser tomar banho fique à vontade. Tem toalhas limpas na primeira gaveta do armário. Só não tenho nenhuma roupa para lhe emprestar, disse.
- Não tem problema, eu me viro. Valeu!
- Ah, se for tomar banho, use o chuveiro. A banheira está com um vazamento.
- Beleza.
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