Tive que dar um migué quando ela quis saber mais sobre mim.
- Sou motorista, mas, no momento, tô parado.
- Hum, hum.
Antes que me perguntasse mais alguma coisa, falei de estalo:
- Já foi casada?
Ela pipocou, mas respondeu:
- Não.
- Nunca conheceu alguém legal?
- É...
Ficou pensativa como tava antes de eu chegar e saquei que aquela não era toda a história.
- Quer dizer, conheci, mas mamãe nunca aprovou minhas escolhas, desembuchou.
- Ah, sei. Você confiava nos palpites dela.
- Acho que sim, disse, baixando a cabeça meio envergonhada.
- Deve tá sendo f... quer dizer, uma barra pra você.
De repente, Leonor levantou a cabeça, os olhos meio vermelhos, e começou a chorar.
- Preciso ir para casa.
- Claro, claro, mas fica fria. A gente vê isso, a gente vê isso.
Me senti um otário por ter estragado nossa conversa quando perguntei da velha. Não tinha nada que falar da dita-cuja. Tava indo bem, tinha conseguido saber várias paradas da vida de Leonor e tudo ia pro saco por minha culpa.
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